quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Reflexões Otakus #21

ReflexõesOtakus

Estou aqui pra dizer que vocês não existem.

Continuem e descubram porquê.

Otakus não existem, e eu nem estou em uma crise existencial.

Quando eu digo que “não existem”, não quero falar que vocês não estão aí (talvez) lendo isso, mas sim que essa “subcultura” não existe de verdade.

Por que isso?

Porque simplesmente curtir assistir animes não é o suficiente para distinguir-nos de uma cultura mais abrangente, e sim, no geral é apenas isso que supostamente formaria essa subcultura. Ainda mais se você levar aqueles discursinhos de “ter mais mangás ou ir a eventos não te faz mais otaku do que qualquer outro”.

Isso é, os supostos adeptos à subcultura não demostram, sob nenhuma circunstância apresentam uma opinião ou ação semelhante acerca de questões religiosas, sexuais,  comportamentais,  políticas, estéticas, entre outras. Muito menos as ideias sobre animes, mangás, ou games são absolutas, nem mesmo deixam de ser completamente diferentes de um indivíduo para outro.

Estou ciente de que há ações frequentemente (e nunca sempre) praticadas que se assemelham, como, por exemplo, frequentar eventos, por exemplo. Pois bem, uma enorme porcentagem das mulheres brasileiras assistem novelas e frequentam shoppings, o que não as torna uma subcultura, apenas define que seus gostos são parecidos (peço perdão pelo exemplo chulo e inviável, mas é apenas para ilustrar).

E já que é para ilustrar, podemos pegar duas pessoas que se intitulam otaku: uma garota que ama shoujos, coisas “kawaii” e românticas, tenta ser sempre fofa e ergue estandartes falando sobre como todos os otakus são irmãos e maravilhosos, e… eu, que não assisto um anime sem reclamar se ele não tiver uma quantidade louvável de violência gráfica, coisas fofas quase sempre me fazem querem arrancar os olhos e estou sempre aqui falando o quão ridículos otakus são, e tentando provar que os mesmo não existem nesse exato momento.

Tendo os dois exemplos, (você pode me trocar ali pelo Anjo, pra ficar mais explícito -not) é difícil de pensar que pertencem ao mesmo grupo, mesmo relevando que em subculturas ninguém é igual, mas enfim, é mais raro encontrar diferenças homéricas como essa, já que “otakus” não possuem trejeitos predefinidos.

Isso sem contar, que em uma boa parte das vezes, as subcultura tem um ideal, ou ainda tentam aplacar o que seria uma espécie de cultura alfa dominando, se opondo a ela embasando-se em seus ditos ideais.

E acreditem, tentar bater seu recorde pessoal de episódios assistido em um período de 24h, não é um ideal, meus caros amiguinhos.

Acho que o que eu quis dizer até então é que essa suposta subcultura seria demasiadamente vazia, principalmente se você quiser comparar com outras maiores e que façam mais sentido, como por exemplo, a punk (não falo de adolescentes metidas a revoltadas sem caso, nem da moda punk mas nos aspectos sociais).

the_ramones Não preciso falar sobre o que as calças masculinas mais apertadas representavam e o que se tornou hoje, certo?

Na década de 70, com o movimento punk, quase que organizadamente, tentava-se atingir metas, políticas, no caso, além da “pregação” da autonomia (faça você mesmo), além de dar origem à obras de artes plásticas, estilos musicais, cinema e poesia. Sem querem desmerecem otakus que fazem desenhos ou ingressam à arte, até mesmo na música através dos ditos animes (visto que muitas vezes essa arte que é gerada é de uma qualidade surpreendente).

Mas a grande diferença reside aí. Otakus usam a mídia de seu gosto (que por vezes se parece ridiculamente com cultos) como alicerce, e não seu gosto como alicerce para mídias, e outros.

~//~

Acho que já viajei o suficiente, tirem suas próprias conclusões. Ou não, já que na verdade, ser ou não realmente uma subcultura é irrelevante, mas o façamos pelo bem da racionalidade.

Até.

~Um beijo da Ai.