domingo, 28 de novembro de 2010

PhilosoReview [#20]



Oi pessoal. Hoje estive na Fuvest... (devia ter deixado o animê apocaliptico para hoje, seria sugestivo)

Esse animê foi realmente bom, então vou compartilhá-lo com vocês. E dessa vez, por um milagre, é um bem recente. Essa foi a primeira dica.

A história tem três focos diferentes.

E cada capítulo, um narrador diferente, sendo ele um dos personagens.

Ele possui referências a outra obra do mesmo autor.

Foi difícil dar dicas sobre ele sem entregar, então ficou complicado... (Cuidado com os spoilers e) Cliquem em Continue!



A história de Durarara (ainda tentando falar isso sem soar muito ridículo) se foca, primeiramente, na vida de Mikado Ryuugamine, um adolescente que nunca havia saido de sua cidade no interior e se muda para Tókio para cursar o ensino médio na mesma escola de um amigo de infância que já está na cidade há um tempo.

A segunda abordagem é o drama de Selty Sturluson, a “lenda urbana viva”, uma motoqueira sem cabeça que trabalha como entregadora no distrito de Kebukuro. Ela é um ente mitológico e está atrás de suas memórias, que estão em sua cabeça perdida (eu sei que isso soa cômico, mas é sério).

A terceira abordagem é a eterna disputa entre Shizuo Heiwajima e Izaya Orihara, o primeiro um segurança de um cobrador e o segundo um informante. Ambos se odeiam desde os tempos de colégio, se sabotam e tentam destruir uma ao outro de qualquer maneira.

A arte foi o primeiro fator a me chamar a atenção nesse animê. É admirável a qualidade do traço, e como a coloração não perdeu a riqueza do original. Já é o segundo animê que conheço pelo Zero-chan (o melhor site para baixar imagens, recomendo!), e o desing me faz procurar a história (nunca baixo nada às cegas, não é indicavel).

A primeira abertura, Uragiri no Yuuyake, é bem agitada (aquilo é um rock?), e uma animacão característica das obras de Ryohgo Narita, ou seja, pausas para apresentar os personagens. A segunda abertura, Complication, tem uma animação bem mais depressiva, compativel com a segunda metade da história, mas não vence a primeira.



O primeiro encerramento, Trust Me, é um deplorável exemplar de J-Pop, com uma letra realmente bonitinha, apesar das desnecessárias inserções de termos em inglês no meio. A segunda, Butterfly, tem uma música no mesmo estilo horroroso com uma letra indiferente. A animação de ambos é uma imagem parada que vai se mostrando aos poucos.

Sobre os personagens, em sua maioria extremamente carismáticos:

- Mikado Ryuugamine: Gatinho assustado na cidade grande, com nome de protagonista de mangá (e viva a metalinguagem). É inteligente e gentil, fofo mesmo. Acaba se deixando arrastar pela vida urbana com a qual estava desacostumado e se metendo em problemas.



- Kida Masaomi: Amigo de infância de Mikado, o típico garoto metido a palhaço. Sua felicidade obviamente forçada e sua pose de galã FAIL me fazem lembrar de Oz Bezarius. Tem um passado que gostaria de esquecer, mas faz de tudo para proteger a inocência de Mikado.



- Anri Sonohara: Garota retraída que faz amizade com Mikado e Kida enquanto procura por sua amiga desaparecida. Sofre assédio de um professor e bullying de garotas gals da sua antiga escola. Ainda assim, se esforça para ser feliz ao lado de seus novos e dedicados amigos que, via de regra, se apaixonam por ela.



- Orihara Izaya: Informante observador e extremamente catz inteligente que controla Kebukuro nas sombras. Se diverte com os humanos, suas reações e sentimentos. Apesar de se dizer um amante da humanidade, é um grande egoísta que passará por cima de todos para chegar onde quer. Diferente dos outros personagens metidos a inteligentes que ficam jogando xadrez ou coisa do gênero (vide Lelouch, Kaname, Raito –mesmo que este último tenha jogado tênis *gota*), cria as regras de seu jogo em uma metáfora interessante.



- Shizuo Heiwajima: Homem absurdamente forte e catz, também que quer acabar com a raça de Izaya. Muito sensitivo, percebe quando as coisas vão mal, e, ainda que inconscientemente, desmascara os planos do informante, fazendo-se odiado por ele por conta disso. A história de porque anda por aí como barman é comovente.




- Selty Sturluson: Dullahan (uma espécie de fada da morte celta) que veio ao Japão em busca da cabeça roubada. Enquanto procura, faz pequenos serviços (nem sempre tão pequenos) e se humaniza mais e mais. Nos pegamos torcendo por ela, para que siga a sua vida sem se importar com o passado, até o fim do animê.



- Shinra Kishitani: Médico que trabalha com todo tipo de caso ilegal e emergencial do submundo de Kebukuro. Ele é o responsável por apresentar Izaya, Shizuo e Kyouhei uns para os outros enquanto estavam no colegial (amizades estraaaaanhas...). Vive com Selty desde seus 4 anos, e é apaixonado por ela. Tenta a convencer de que seu presente é bom o suficiente para que ela desista de procurar sua cabeça. A verdade é que ele tem medo que essas memórias acabem por afastá-los.



- Kyouhei Kadota: Conhecido como Dotachin, é líder de um pequeno grupo (que contém dois otakus e um fanático por carros, na verdade insignificantes a primeira vista). É extremamente responsável e se mostra inesperadamente importante a partir da metade da história.



- Simon Brezhnev: Russo de origem americana. Um negro enorme que tenta atrair clientes para a casa de Sushi Russo (*gota*) de seu amigo, mas mais os espanta que outra coisa. O que fala não faz muito sentido, pois seu japonês é ruim, mas se mostra profundo quando conversa em russo. Um pacifista de primeira linha, reponsável por segurar as pontas quando Shizuo se descontrola ou Izaya sai da linha mais do que sua petulância normal permite.



Minha nota pessoal é 8. Eu gostei muito deste animê, a história é bem planejada e desenvolvida, apesar de alguns pontos previsíveis e clichê dignos da Sessão da Tarde. O final foi muito bom, se levarmos em consideração o primeiro capítulo, mas deixou o terceiro enfoque do roteiro totalmente em aberto, como se terminado às pressas. Com certeza o mangá, que além de trazer outros personagens, trás o mesmo belo traço, deve encerrar a história completamente. O que eu queria mesmo é uma segunda temporada só para destacar a disputa do Shizuo e do Izaya, no estilo EF – A Fairy Tale of Two (do qual farei um Review em breve), invertendo protagonistas e secundários. Seria muito bom...



Até semana que vem, com mais um Review!