segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PhilosoReview [#12]








Oi gente atrasada de novo, ignóbil!!! Bem, hoje vou falar de um ótimo animê, bem atual.

A primeira dica sobre ele: Fala sobre um problema que atinge cerca de 20% da população masculina de 17 a 24 anos no Japão.

O protagonista tem mania de perseguição.

Uma multa de 1 milhão de ienes é o que move o roteiro.

Querem saber que animê é? Cliquem em Continue.




A história fala de Satou, um jovem de 22 anos que sofre de um transtorno psicológico, uma mistura de síndrome do pânico com fobia social, chamado hikikomori. Ele vive uma vida reclusa, só indo fazer suas compras do mês – de madrugada – (que consistem em... Miojo) e as vezes indo até uma praça ao lado do conjunto onde mora – igualmente de madrugada.

Sua vida muda quando conhece uma garota chamada Mizaki, que resolve tirá-lo de sua vida de hikiky (diminutivo para hikikomori) para que ele possa ter uma vida normal. Para isso, o faz assinar um contrato no qual terão que se encontrar todas as noites, até ele se curar, se não ele terá de pagar 1 milhão de ienes a ela.

Eu sempre me identifiquei com a causa hikikomori, eu mesma tenho meus acessos (acreditem, é especialmente difícil sair deles, e olha que eu sou honorária, imaginem o pobre do Satou)... O realismo dos defeitos dos personagens, que, em situações do dia-a-dia não são mocinhos nem vilões, é um ponto forte dessa história.

A arte do anime é boa, mas não tem nada incrível ou que se destaque, o traço é mediano, a coloracão é mediana, a animação é mediana... Se bem que os fanservices não são medianos.

A abertura tem uma boa animação, coloridinha, mas opondo os mundos de Mizaki e Satou, e uma letra romântica que não se aprofunda em nada nem se associa em nada ao enredo. O primeiro encerramento é genial, não há outra expressão. A letra crítica, a hipocrisia das personagens, a dancinha das conspirações... O segundo... Ah, a letra é muito fofa, a animação é parada, mas bem feita... Apesar disso tudo ter romantizado muito a idéia do animê, e isso me desagradar.


Sobre os personagens:


Satou Tatsushiro: Jovem hikikomori, que não ve futuro para si, pois fica em pânico quando em presença de outros. Sua mania de ver conspirações em tudo o fez abandonar a faculdade e agora ele também é um NEET. Acaba fazendo progressos e regressos durante o animê, pois é uma pessoa insegura que, mesmo quando dá um passo a frente, um tropeço o faz voltar dois. Procura soluções fáceis para tudo e é extremamente humano, o personagem mais próximo da vida real que já vi (apesar de nunca ter conhecido um hikikky de verdade, digo no sentido dele como pessoa desconsiderando sua síndrome).

Mizaki Nakahara: Menina que conhece Satou em uma visita que sua tia, religiosa, fazia de porta em porta. Resolve torná-lo uma pessoa saudável, mas... Até que ponto isso são boas intenções?










Kaoru Yamazaki: Otaku que foi “salvo” por Satou de um bando de veteranos quando entrou na escola. Vira seu vizinho e amigo, além de parceiro de trabalho. Essa parceria é criada quando ele arrasta Satou para o mundo dos Galges (jogos de simulação eróticos), que precisava de um emprego para provar para Mizaki que não era um caso perdido. Não tem muita sorte com garotas e tem problemas com os pais, pois quer viver de games e roteiros.



Hitomi Kashiwa: Sempai de Satou, fez ele entrar para o clube de literatura da escola assim que ele entrou. Mexe muito com Satou até hoje, e foi ela que implantou as idéias de conspiração nele, ainda no Ensino Médio. Extremamente depressiva, leva a vida na base dos remédios.








Megumi Kobayashi
: Antiga representante de classe de Satou. Tem um irmão hikikky, e trabalha muito para sustentar os dois e o pai no hospital. Mas os métodos de venda que usam nem sempre são os mais honestos.





Conclusão: Minha nota pessoal é 8, pois NHK ni Youkoso é realmente realista, apesar de preferirmos ignorar isso. Mesmo não existindo hikikomoris no Brasil, temos muitos jovens em depressão, com dificuldade de auto-aceitação, que não conseguem integração social... É um animê para pensar na vida que escolhemos levar, se tomar atitudes arriscadas (sem garantias para o futuro) não é melhor do que estagnar e se tornar um peso ou um motivo de preocupação para aqueles que amamos. Isso se você não se perder no meio dos fanservices antes, é claro *desgosto profundo*.




Até semana que vem!